O valor estratégico do UX em produtos regulados: aprendizados da minha jornada com o Pix
O valor estratégico do UX em produtos regulados: aprendizados da minha jornada com o Pix

Escrito por Gabriela Tvardowski Altmann
24 de Julho de 2025
Minha trajetória com o Pix começou lá em 2020, antes mesmo do seu lançamento oficial. Construi o produto no Sicredi em um cenário de incertezas, quando ainda não sabíamos como seria o lançamento, como os players do mercado iriam se posicionar, nem que tipo de experiência o usuário final esperaria. Era uma grande incógnita. Desde a adaptação inicial às regulamentações do Banco Central até a construção de experiências que já precisavam nascer com foco em confiança, segurança e clareza, tudo era novo e desafiador.
Desde então, se passaram mais de cinco anos trabalhando com o Pix, e sinto muito orgulho de ter contribuído e participado ativamente da consolidação de um dos sistemas mais transformadores do mercado financeiro brasileiro, e eu diria, do mundo.
Nos últimos três anos e meio, estive totalmente dedicada ao Pix dentro da Recargapay. Foi um período intenso de evolução contínua, onde pude aprofundar ainda mais minha visão sobre o produto, participar de decisões estratégicas e, principalmente, colaborar de forma muito próxima com um time multidisciplinar incrível. Juntos, entregamos valor em diferentes frentes, sempre com o objetivo de equilibrar as necessidades do usuário, as prioridades da empresa e os requisitos regulatórios.
Ao longo desse tempo, entendi que atuar com um produto regulado exige muito mais do que conhecimento técnico ou sensibilidade para o design. Exige presença estratégica. O contexto muda o tempo todo: novas regras, novas diretrizes, novas formas de uso. E o UX, nesse ambiente, não pode ser apenas executor de interface. Ele precisa ser agente de tradução, articulação e visão.
Trabalhar com Pix me ensinou que a melhor decisão de design nem sempre é a mais bonita ou a mais rápida de implementar. É aquela que se conecta à visão de longo prazo da empresa e ao valor real que queremos gerar para as pessoas. Isso só é possível quando o trabalho de design se aproxima do negócio, entende o produto com profundidade e participa das decisões desde a origem.
Aprendi a olhar para as regulamentações não como limitações, mas como parte do problema a ser resolvido. A complexidade vira insumo. As regras viram critérios. E, principalmente, a colaboração entre áreas vira o principal diferencial.
Atuar com Pix por tanto tempo me deu maturidade para enxergar o design cada vez mais como um elemento estratégico que impacta diretamente o crescimento, a monetização e a percepção do produto no mercado. Mais do que entregar boas experiências, trata-se de construir soluções viáveis, éticas e relevantes em contextos desafiadores.
Hoje, essa vivência me acompanha em novos ciclos profissionais, sempre com a mesma premissa: design é sobre decisões. E decisões bem informadas nascem quando escutamos o usuário, lemos o cenário com profundidade e dados, e alinhamos propósito com execução.
O Pix sempre será uma parte fundamental da minha bagagem profissional. Foram anos de aprendizado profundo, desafios reais e muito crescimento. Sigo com um carinho enorme por esse produto e por tudo que ele representa. E, independentemente dos caminhos que eu trilhar daqui pra frente, sei que essa experiência continuará sendo uma referência forte no meu repertório, e um assunto sobre o qual sempre terei propriedade e paixão para falar.